O Fibrossarcoma é tumor maligno da pele e do tecido subcutâneo (o tecido que está logo debaixo da pele). Surge como um pequeno nódulo mole a firme na pele ou debaixo da pele, que cresce muito rapidamente, aderindo aos tecidos à volta, tendo portanto um comportamento invasivo. Este tumor pode levar á morte do animal em poucos meses se nada for feito. O diagnóstico é feito por biópsia. O tratamento consiste em remoção cirúrgica do tumor, com uma ampla margem de segurança (podendo implicar amputações, dependendo da localização). Depois da cirurgia, existe probabilidade de voltar a aparecer em poucos meses. Em França, conseguiu-se atrasar significativamente o reaparecimento do tumor, fazendo radioterapia depois da cirurgia. Em Portugal, não existem centros de radioterapia para animais. Contudo surgiu uma nova esperança para estes gatos. Os Franceses desenvolveram um tratamento injetável que estimula o sistema imunitário a lutar contra este cancro (imunoterapia), podendo atrasar em até um ano sobre o esperado o reaparecimento do tumor. Este tratamento nada tem a ver com quimioterapia, nem com radioterapia, embora em França seja utilizado em associação com esta última. Nem todos os gatos com fibrossarcoma são candidatos a este tratamento, existindo um timing ideal para se operar o gato, e consequentemente fazer este tratamento, que é realizado depois da cirurgia. São candidatos, os gatos cujo tumor tenha aparecido há menos de 2 meses e tenha menos de 5 cm e diâmetro. Por isso, sempre que notar um nódulo, ou um alto, no seu gato, não espere para o levar ao seu veterinário, pois pode perder a oportunidade de o tratar eficazmente.
O “Galileu”, um gato com 10 anos, apareceu à consulta assim que a dona se apercebeu de um nódulo do tamanho de uma ervilha, junto às costelas, debaixo do braço. Tendo em conta a elevada suspeita de se tratar de um fibrossarcoma e das reduzidas dimensões do tumor, resolvemos fazer uma citologia para confirmar e fizemos logo todos os exames pré-cirúrgicos. Em menos de uma semana o Galileu foi operado com sucesso. Como a dona é muito atenta aos seus gatos e veio logo, e como o tumor ainda era pequeno, o Galileu foi proposto para a imunoterapia. Está neste momento a aproximar-se do fim do tratamento e está muito bem disposto, sem quaisquer efeitos secundários. Vamos continuar a acompanhar o Galileu…