Mito ou Verdade?
Nesta notícia vamos desvendar alguns dos mitos e verdades acerca dos nossos grandes companheiros, os cães e os gatos.
Nariz seco do cão é sinal de doença
MITO
O nariz do cão está demasiado exposto ao meio ambiente para que o facto de estar húmido ou seco possa ter um significado clínico. É verdade que doenças como a leishmaniose podem dar ao nariz um ar seco e escamoso, mas isso é mais exuberante que apenas um nariz seco. Por outro lado o corrimento nasal é normalmente sinal de doença.
Gatos caiem sempre de pé
VERDADE
De facto, o gato usa a cauda para conseguir contrabalançar o peso do corpo, e durante a queda colocar-se de patas para baixo. Ajuda também a velocidade com que se consegue contorcer, o facto de ser relativamente leve e usar as patas com um efeito semelhante ao da cauda. Quase sempre consegue aterrar de quatro patas, a não ser que não haja tempo.
Os gatos têm sete vidas
MITO
Naturalmente que não têm sete vidas e toda a gente sabe que não é uma afirmação para ser levada à letra. Mas esta fama internacional (são nove vidas no mundo anglo-saxónico) vale a pena comentar. Se por um lado o facto de conseguirem cair sempre de pé pode evitar algumas vezes lesões mais graves, e terem uma elasticidade que os parece ajudar a escapar de tudo e mais alguma coisa, têm outras coisas problemáticas contra eles. Têm tendência a esconder-se quando estão doentes e deixam de comer e beber facilmente o que agrava o estado geral. Depois não conseguem mobilizar as gorduras para repor o equilíbrio energético o que acaba por lesar o fígado. Como são pequenos desidratam muito depressa. Têm também tendência para beber pouca água e ter problemas renais o que é uma combinação fatal. De um modo gera não vivem mais que cães de porte pequeno.
Os cães devem fazer mais do que uma refeição por dia
VERDADE
Refeições mais pequenas e em menor quantidade evitam os cães passarem fome durante uma parte do dia e não comerem demasiado numa única refeição diária. É mais fácil controlar o peso deles, evita as gravíssimas torções de estômago em cães grandes e eles andam mais satisfeitos. É também melhor que ter a comida sempre à disposição porque permite controlar melhor a quantidade de alimento ingerido além de ajudar a criar uma melhor relação com os donos já que percebem quem é que controla a chegada da comida.
Os ossos são um bom alimento para cães
MITO
Os ossos das carnes que compramos para consumo humano e sobram das refeições ou a sua preparação não são um bom alimento para os cães. São perigosos e não são significativamente nutritivos. Eram baratos daí o uso no passado. É verdade que alguns cães que estão muito habituados a comer ossos regularmente, comem a vida toda sem problemas. Mas mesmo esses, ocasionalmente, fazem fecalomas, autenticas “bolas de ossos” mastigados que causam obstruções intestinais e lesões. Cães não habituados correm riscos muito maiores. Ossos de frango são ainda mais perigosos porque partem com pontas afiadas.
A esgana é causada pelo “bicho da língua”
MITO
O chamado “bicho da língua” é o freio lingual que fica por debaixo da língua e é uma característica anatómica. A esgana é uma doença gravíssima, que causa pneumonia, conjuntivite, gastroenterite e patologia neurológica e é causada por um vírus. Tirar o bicho da língua, só vai causar dor.
Podemos dar anti-inflamatórios vulgares aos cães e gatos
MITO
Não. De um modo geral os cães e os gatos metabolizam mal os anti-inflamatórios usados em medicina humana o que leva a sobredosagens muito facilmente.
O paracetamol pode-se dar até a bebés, não deve fazer mal aos animais
MITO
Nem o cão nem o gato toleram bem o paracetamol sendo particularmente grave no gato. Os gatos ficam dispneicos com mucosas roxas e requerem tratamento urgente. A entrega de oxigénio aos tecidos é comprometida, e causa também lesões hepáticas e anemia. Tem antídoto, a acetilcisteína.