O complexo granuloma eosinofílico é uma doença que afeta gatos, sem predisposição racial (pode acontecer em qualquer raça, ou mesmo rafeiros). É de causa desconhecida, mas pensa-se poder ser infecciosa/alérgica. As lesões resultam de uma reação de hipersensibilidade (alergia), desencadeada por pulgas, mosquitos, comida e contacto com alérgenos ambientais (por vezes com o prato, sobretudo se for de plástico, pólenes, poeiras, etc.). As lesões surgem sobretudo na boca (céu da boca, língua, gengivas e lábios), causando dor ao gato quando se alimenta. O gato deixa portanto de comer. As lesões podem ir desde uma linha gengival vermelha, a úlceras na língua ou nos lábios, passando por apenas inchaço do lábio. As lesões podem ser tão graves, que podem ser confundidas com certos tumores. Por isso, quando se justifica, o diagnóstico é feito por biópsia. O tratamento passa por medicamento imunossupressores (para modular o sistema imunitário e impedir que reaja de forma tão exagerada), controlo apertado das pulgas, dietas hipoalérgicas, remoção de coisas que possam causar esta reação (como substituir um prato de plástico por um de vidro), etc. Algumas lesões podem precisar de intervenção cirúrgica.
Se o seu gato mostrar alguma dificuldade em comer, não deixe de ir ao veterinário, pois as infeções da boca são muito frequentes.
O “Zeca” é um gato Persa de um ano com complexo eosinofílico a nível do lábio inferior (lábio de baixo). Ele tem feito tratamentos imunomoduladores sempre que tem uma crise. Melhorou significativamente quando o prato de plático foi substituído por um de metal. Mas agora teve de mudar para um de vidro e fazer uma dieta hipoalérgica durante uma temporada, para ver até que ponto o contacto do lábio com uma comida normal pode causar esta reação. Vamos acompanhar